Ministros Haddad e Simone Tebet e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues. |
A proposta orçamentária para 2024 (PLN 29/23), entregue
nesta quinta-feira (31) ao Congresso Nacional pelo governo, prevê um salário
mínimo de R$ 1.421, um aumento de 7,65% em relação ao atual, de R$ 1.320. O
projeto prevê receitas e despesas de 2,2 trilhões e, portanto, déficit fiscal
zero.
Os técnicos do Ministério da Fazenda afirmaram que as
contas revelaram até um pequeno superávit, de R$ 2,8 bilhões. Mas, pelo novo
arcabouço fiscal, a meta será considerada cumprida se ocorrer um déficit ou
superávit de até R$ 29 bilhões.
O valor do salário mínimo é uma projeção porque ainda
depende da variação anual do INPC até novembro acrescido do crescimento do PIB
em 2022, que foi de 2,9%. Segundo os técnicos, não há previsão de reajuste no
projeto para a tabela do Imposto de Renda e para os benefícios do Bolsa
Família.
O Orçamento total para 2024 tem R$ 5,5 trilhões por causa
das despesas com a dívida pública e uma parcela de R$ 151,3 bilhões para os
investimentos das empresas estatais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a Receita
Federal foi conservadora na projeção das receitas de impostos no projeto do
Orçamento de 2024 e que isso pode gerar uma surpresa positiva mais à frente.
Haddad esclareceu que, por causa disso, foi necessário
antecipar medidas de aumento de receita que estavam programadas para serem
anunciadas só no ano que vem.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse
que a necessidade de receitas ficou em R$ 168 bilhões. Para o governo federal,
serão mais R$ 124 bilhões pagos com estas receitas porque o restante é
transferido para estados e municípios.
Novas receitas
Para Haddad, é possível cumprir a meta fiscal de 2024 porque, segundo ele, vários contribuintes estavam à espera da votação final da legislação sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o que ocorreu esta semana no Senado. São esperados R$ 97,8 bilhões com as mudanças incluídas na norma.
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