Durante o discurso aos presidentes sul-americanos, no
Palácio Itamaraty, em Brasília, nesta terça-feira (30/5), o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre propostas a serem levadas para
discussão durante o encontro da cúpula.
Entre elas, a criação de moeda comum para transações
comerciais, já defendida pelo petista, e o uso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao iniciar a fala, o mandatário brasileiro relembrou o
protagonismo que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) teve na integração
dos países da América do Sul e a importância de organismos como a Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
“A América do Sul tem diante de si, mais uma vez, a
oportunidade de trilhar o caminho da união. E não preciso recomeçar do zero. A
Unasul é um patrimônio coletivo. Lembremos que ela está em vigor, sete países
ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas
ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em
conta transições”, disse.
Lula, no entanto, ponderou que novas iniciativas precisam
ser tomadas para ampliar a atividade da reunião de países.
Seria um erro restringir as atividades às esferas de
governo. Envolver a sociedade civil, sindicatos, empresários, acadêmicos e
parlamentares dará consistência ao nosso esforço. Ou os processos são
construídos de baixo para cima ou não são viáveis e estarão fadados ao
fracasso”, disse o petista.
O mandatário brasileiro sugeriu a criação de um grupo de
trabalho, para discussão e orientação dos países para fortalecimento da
integração, além da criação de um Grupo de Alto Nível, a ser integrado por
representantes pessoais de cada Presidente, para dar seguimento ao trabalho de
reflexão proposto no encontro desta terça.
O grupo especial teria 120 dias para apresentar as bases da
integração regional.
Além de Lula, 10 chefes de Estado participam da
programação. A única ausência é da presidente do Peru, Dina Boluarte,
impossibilitada de deixar o país por motivos internos. Veja os nomes:
Alberto Fernández (Argentina)
Luís Arce (Bolívia)
Gabriel Boric (Chile)
Gustavo Petro (Colômbia)
Guillermo Lasso (Equador)
Irfaan Ali (Guiana)
Mário Abdo Benítez (Paraguai)
Chan Santokhi (Suriname)
Luís Lacalle Pou (Uruguai)
Nicolás Maduro (Venezuela)
Alberto Otárola, presidente do Conselho de Ministros (Peru)