Previsto para ser lançado na próxima quarta-feira (28), o
Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esteve a
um passo de ser comprometido. A falta de apoio para acesso dos recenseadores a
áreas remotas ou carentes e resistência de alguns cidadãos abastecidos por
notícias falsas por pouco fizeram o equivalente a quase um estado do Rio de
Janeiro deixar de ser contado.
Ao longo dos últimos três meses, sucessivos mutirões do IBGE e do Ministério do Planejamento conseguiram reverter a situação. Uma série de forças-tarefas incluiu, de última hora, 15,9 milhões de brasileiros no censo. Ao todo, foram três operações especiais.
A primeira buscou alcançar
brasileiros na Terra Indígena Yanomami, que nunca tinham sido recenseados. As
outras procuraram reduzir a taxa de não resposta em dois ambientes opostos, mas
com resistência a recenseadores: favelas e condomínios de luxo.
“Nesta semana, vamos deixar para trás informações de 13
anos atrás, do Censo de 2010. Para formular políticas públicas, conhecer as
demandas da população e atuar em emergências, precisamos de informações
atualizadas. O recenseamento é essencial para conhecer quem somos, quantos
somos e como somos hoje. Não como éramos”, diz o assessor especial do
Ministério do Planejamento, João Villaverde.
Entraves
A realização do Censo 2022 enfrentou diversos entraves.
Inicialmente previsto para 2020, o recenseamento foi adiado por causa da
pandemia de covid-19. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o
governo anterior a realizar o censo em 2022.
Na época, o Ministério da Economia autorizou R$ 2,3 bilhões para o censo, mesmo orçamento de 2019 que desconsiderava a inflação acumulada em dois anos. Com a coleta de dados iniciada em 1º de agosto, o Censo 2022 inicialmente estava previsto para encerrar-se em outubro do ano passado.
Com
dificuldades para a contratação, o pagamento e a manutenção de recenseadores, o
fim do censo foi primeiramente adiado para fevereiro deste ano.
Desde 29 de maio, o IBGE está rodando os dados, para a divulgação na próxima quarta-feira. “No início do ano, o ministério tomou a difícil decisão de seguir 100% das recomendações do Conselho Consultivo porque os dados colhidos até então não garantiam a qualidade do censo.
Agora, com as
operações especiais e o tempo extra de coleta, temos a certeza de que o
recenseamento está robusto e em linha com os parâmetros internacionais de
qualidade.
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