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Coronavírus ameaça elevar em até 22 milhões as pessoas em pobreza extrema na América Latina



Do baixo crescimento à recessão sem solução de continuidade. O coronavírus transformou o sombrio horizonte econômico da América Latina no pior em mais de meio século.

O braço econômico das Nações Unidas para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe, a Cepal, somou-se na sexta-feira ao pessimismo sobre a freada da atividade em escala global e sobre o baque que isso provocará em uma região sempre exposta aos vaivéns das matérias-primas, da manufatura, do turismo e das remessas.

O choque será particularmente forte em uma métrica-chave do desenvolvimento social: a pobreza extrema. Segundo os dados do organismo, se o avanço da pandemia provocar uma queda de 5% na renda média da população ativa, o número de latino-americanos em extrema pobreza passará dos 67,5 milhões atuais para 82 milhões.

Se a diminuição da renda da população economicamente ativa for de 10%, o número disparará para 90 milhões de pessoas (ou seja, 22 milhões de pessoas a mais em relação ao número atual).

Mesmo antes da chegada da Covid-19, a região não estava num bom caminho para acabar com o flagelo da pobreza extrema em uma década, como propunha um plano da ONU.

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