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Mudanças na regulação de agrotóxicos são um retrocesso de 40 anos, diz pesquisador



A liberação de agrotóxicos como vem sendo feita hoje no Brasil é um retrocesso de 40 anos. A opinião é de um dos maiores especialistas sobre o tema, o professor e pesquisador Adilson Dias Paschoal, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

Há quatro décadas, Adilson lançou um livro que serviria de base para a proibição de elementos como o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano, um inseticida de baixo custo) e a elaboração de todas as legislações estaduais sobre o uso de agrotóxicos. Na obra, ele demonstrava que, ao contrário da argumentação da indústria – sustentada até hoje pelo agronegócio –, a utilização de agroquímicos nas lavouras favorece o aumento de pragas, que se tornam mais resistentes e demandam novos produtos num ciclo interminável.

Considerado um clássico, o livro deve voltar ao mercado a partir de outubro, pela editora Expressão Popular. A atualização aparece logo no título: Pragas, agrotóxicos & a crise ambiente (a obra original, de 1979, era intitulada Pragas, praguicidas & a crise ambiental). Criador da palavra “agrotóxico”, o professor agora incorpora sua criação no título.

-- “Eu criei a palavra ‘agrotóxico’ numa época que ‘praguicida’ era o termo mais usado. Quarenta anos depois, com ‘agrotóxico’ usado do Oiapoque ao Chuí e fazendo parte das legislações de todos os Estados, não tinha porque não incluí-la no título da reedição”, diz Adilson em sua sala na Esalq, em Piracicaba (SP).

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