Chega-me
a triste confirmação de que foi oficializada internamente a devolução da Refinaria Potiguar Clara
Camarão (RPCC) para a Diretoria de Exploração &
Produção que passará a se chamar “Ativo Industrial de
Guamaré“.
A
medida vinha sendo internamente planejada e discutida, com alto grau de
discordâncias, e foi objeto de nossa nota do dia 16 de junho de 2016, alertando
para as consequências disso para o RN e para o Nordeste.
O que
pode parecer apenas uma decisão interna sem maiores consequências, não é.
Esta
decisão significa, em poucas palavras, que a Refinaria Potiguar Clara Camarão,
do alto de suas sucessivas conquistas de aumento de capacidade, aprimoramentos
técnicos, investimentos em expansão e gestão técnica e comercial
especializada, deixará
de ser considerada uma REFINARIA. Portanto, ficará totalmente
excluída do Plano Estratégico e das discussões da Diretoria de Refino e Gás
Natural (anteriormente denominada Refino e Abastecimento).
Isso é
decretar a morte
da nossa refinaria, assim como se decretou recentemente a
suspensão das atividades de perfuração terrestre em todo o País e o fechamento
da planta de biodiesel de Guamaré – sem que houvesse qualquer entendimento ou
conversa com os líderes políticos e empresariais do nosso Estado, que, durante
décadas, promoveu, com prioridade, incentivos fiscais, licenças e parcerias
sócio-ambientais com a empresa para ajudar a viabilização de seus projetos.
A
reboque desta decisão intempestiva, não há como deixar de trazer à pauta
estadual a denúncia de que poderão
nos tirar a refinaria simplesmente para alegar uma redução de custos que, na
verdade, significará mais um retrocesso do investimento da Petrobras no Estado
– o maior de todos.
Ao
contrário do que se está planejando internamente, o que deveria ser feito é justamente o
contrário: a incorporação de todo o Pólo Guamaré à nova
Diretoria de Refino e Gás Natural, incluindo as UPGNs e os terminais de
despacho e recebimento de produtos. Isso sim, seria medida de eficientização
das estruturas logísticas e da gestão dos ativos da empresa no RN. E também
indicaria, claramente, um caminho de avanço – e não de retrocesso – dos
investimentos e da presença da Petrobras na nossa região.
Jean-Paul
Prates
Presidente
do Sindicato das Empresas do Setor Energético do Estado do Rio Grande do Norte
(SEERN)
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