BRASÍLIA
— O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou
nesta segunda-feira que cinco processos da Operação Lava-Jato sejam
encaminhados para o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Trata-se
de um inquérito contra o ex-ministro Edinho Silva e quatro petições com
indícios contra os ex-ministros Jaques Wagner e Ideli Salvatti, o ex-senador
Delcídio Amaral, e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli.
Correm
no STF apenas processos em que ao menos um dos alvos tem foro privilegiado,
como é o caso de deputados e senadores, situação em que nenhum deles se
enquadra.
Das
quatro petições, duas trazem trechos da delação do ex-diretor internacional da
Petrobras Nestor Cerveró na qual ele diz que a campanha do então candidato
Jaques Wagner (PT) ao governo da Bahia em 2006 foi beneficiada com recursos
desviados da Petrobras.
Em
uma das petições, Cerveró disse que o apoio financeiro dado por José Sergio
Gabrielli, na época presidente da Petrobras, foi o que permitiu Wagner sair da
condição de azarão para vencer a eleição. Gabrielli, por sua vez, de acordo com
Cerveró, só conseguiu chegar ao posto porque teve o apoio de Wagner.
Outras
duas petições que tiveram origem na delação de Cerveró também foram mandadas
para Moro. Uma delas analisa se ex-senador Delcídio Amaral, também delator da
Lava-Jato, recebeu propina da multinacional francesa Alstom para a exploração
de usinas termelétricas, na época em que era diretor de Gás e Energia da
Petrobras, ainda durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
A
outra petição apura se a ex-senadora e ex-ministra Ideli Salvatti interferiu na
BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para renegociar uma dívida de R$ 90
milhões que a transportadora Dalçoquio tinha com a estatal.
Teori
também mandou para a primeira instância inquérito aberto para investigar se
Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha à reeleição da presidente Dilma
Rousseff, solicitou doações ilícitas a Ricardo Pessoa, dono da empreiteira da
UTC. Em 2015, ele se tornou ministro de Comunicação Social de Dilma.
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