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‘El Niño’ pode influenciar inverno de 2016


A esperança de que o próximo ano a situação melhore,
analisa o especialista em climatologia 
José Espínola. 
A situação dos reservatórios de água no Estado dia após dia vem sendo motivo de mais preocupação, tendo em vista que o volume de chuvas nos últimos anos tem sido insuficiente para manter o acumulado e o abastecimento das cidades já está sentindo os efeitos. 

Para a meteorologia, a previsão é de que, caso a atual situação de fenômenos da natureza não se reverta até o final do ano, o período chuvoso de 2016 também será de pouca incidência.

Nesta semana, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) divulgou que 40% dos reservatórios do Estado ou estão secos ou em volume morto e ainda que a reserva de água do RN está em 20% – o percentual corresponde à média dos níveis dos reservatórios.


A esperança de que o próximo ano a situação melhore com um período chuvoso satisfatório vai diminuindo a cada previsão meteorológica. De acordo com informações do especialista em Climatologia da Universidade Federal do Semiárido (UFERSA), José Espínola, o país está sofrendo com os efeitos do fenômeno chamado ‘El Niño’, cuja incidência está de moderada a forte e tem causado a diminuição da ocorrência das chuvas.

Quanto às previsões para o próximo ano, o especialista disse que “caso o quadro não se reverta até o mês de dezembro, é bem provável que o período chuvoso de 2016 seja prejudicado, mas podem ocorrer algumas mudanças, já que estamos tratando de um fenômeno relativamente novo e que pode causar surpresas até mesmo nos meteorologistas”, diz.

Esse episódio do ‘El Niño’ iniciou-se de forma efetiva em maio de 2015 e influenciou tanto no aumento da ocorrência de chuvas na Região Sul do Brasil, como na diminuição da ocorrência de chuvas sobre o Norte da Região Nordeste, área de atuação da Zona de Convergência Intertropical no período de fevereiro a maio.

Segundo o titular da Semarh, Mairton França, hoje, o Açude Armando Ribeiro Gonçalves, situado no Vale do Açu e o maior reservatório do Estado, está com 630 milhões de metros cúbicos de água. A capacidade máxima é de 2 bilhões e 400 milhões de metros cúbicos de água. A realidade é alarmante. 

-- “A previsão é que o Açude Armando Ribeiro Gonçalves chegue à situação de alerta em dezembro deste ano, quando poderá atingir 570 milhões de metros cúbicos de água. Se não chover e não conseguirmos aumentar as reservas de água, a previsão é que a barragem chegue ao volume morto em outubro de 2016″, ressalta.

Para Espínola, a situação é muito preocupante, tendo em vista que até agora os efeitos da seca podem ser vistos com os prejuízos da agricultura e na manutenção dos rebanhos no Estado, mas que o problema pode se agravar ainda mais com reflexo na própria população. 

-- “É preocupante dizer que por enquanto temos visto notícias de morte de rebanhos, mas se continuar nesse mesmo passo, poderemos ouvir sobre a morte de gente. O momento é de muita expectativa para a meteorologia e não há muito o que se possa fazer a não ser alertar a população para que economizem água o máximo que puder”, enfatiza.

A gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) continua monitorando e analisando diariamente o comportamento dos oceanos. Informações mais conclusivas sobre o comportamento para o período chuvoso de 2016 somente poderão ser apresentadas a partir dos próximos meses.

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