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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Anotações: Cavalcante enverga, mas não quebra; apanha mas não aprende!

Tenho acompanhado de perto as disputas eleitorais em Carnaubais. De 1982, desde quando me entendi de gente, lembro como se deram os embates nas urnas.

Na memória guardo causos que continuam na verve popular, e vou aqui relembrar um desses episódios do folclore político de nossa província.

Nas eleições de 1996, o ex-prefeito Nelson Gregório, um dos mais prestigiados líderes da história política de Carnaubais, buscava seu segundo mandato com apoio de Dr. Zenildo que vinha revezando ele o cobiçado cargo.

O opositor era Luizinho Cavalcante, ex-PT, já taludo, peitava a máquina e já se achava já vencedor, pois zombava de Nelson que durante o primeiro mandato só havia feito dois quebras molas.

Os aliados de Nelson, na época chamados de bacuraus, se incomodavam com o barbudo que cantava de galo na rinha, mostrando seus esporões afiados.

As baratinhas de som passavam o dia dando pressão, com músicas do já ganhou, fazendo os eleitores de Nelson se tremerem as pernas.

A campanha era pesada, na base do radicalismo. Não tinha trégua no bombardeio contra Nelson, que sendo um assistencialista de mão cheia, confiava na fidelidade dos conterrâneos mais humildes.

Alguns auxiliares da gestão de Dr. Zenildo, com medo de perder os privilégios, se uniram e foram cobrar de Nelson uma resposta, um revide na mesma moeda, afinal o candidato estava sendo desmoralizado.

Nelson, tranquilo e com a paciência de um monge, acalmou os aliados dando a entender que tinha as armas secretas para gastar na hora do “pega pra calar”.

- “Podem deixar eles berrarem, acharem que já tão eleitos. O que é bom tá aqui guardado, dizia isso deitado na cama lado de uma mala preta, esperem abrir as urnas e vão ver a lapada que vou dar nos Cavalcantes”. 

Pois bem.

Naquele tempo o voto era na cédula. E a contagem ocorria na sede da Comarca, em Assú.

Eu, como delegado da coligação, fui pra AABB, onde era feita a contagem dos votos. Lá era tudo no rigor da lei, as mesas apuradoras tinha a supervisão do Juiz Alceu José Cicco, que tive a honra de participar com ele de entrevista na rádio princesa sobre o resultado do pleito.

Carnaubais tinha 12 urnas na cidade e o distrito do Entroncamento apenas 4.

Quando abriram as urnas, os mesários começaram pelas da cidade, onde Luizinho saiu na frente, fazendo elre por algum momento se sentir vitorioso, o rei da cocada preta.

Porém, quando abriram as 4 urnas do Entroncamento, Nelson Gregório deu uma virada, tirou toda sua maioria e ganhou a eleição com o dobro da maioria do que vinha perdendo.

Ai foi furdunço grande.

A galera liderada por Nelson Junior, já havia programado a comemoração, e de repente  apareceu uma ala jovem com apitos e camisetas vermelhas com a frase: sogra araras!!

Foi um espatifado de gente, os aliados de Luizinho saíram como pode do recinto, sob fortes vaias.

Não aprendeu a lição

Quase duas décadas depois Luizinho continua com a mesma farofa, se antecipando aos fatos, botando a carroça na frente dos bois.

Em 2016, se achando o líder deu com os burros na água, ficando na rabeira com o sobrinho Thiaguinho.

Quatro anos depois mais uma frustrada batalha com Nicolau, outra vez ficando em terceiro lugar.

Agora, usando a mesmo blábláblá, mais uma vez subestima os concorrentes, contando com o ovo no fiofó da galinha.

Como ele diz, Cavalcante se enverga mas não quebra. Mas também, apanha e não aprende!

Misturando água e óleo 


Dr. Thiago, que cresceu ouvindo os conselhos de Nelson, adquiriu a esperteza política, sendo mais realista e cerebral sabe que canoa furada entra água e afunda.

Com certeza ficou de orelha em pé com o fiasco de votos que Fábio Dantas teve em Carnaubais, ao contrário do que Luizinho alardeava que ele seria o mais votado no município.

Também viu que a fantasia virou fracasso do bloco do Bubu que saiu as ruas com um pingo de gente.

E já deve tá com pavor dessa conversa de unidade oposicionista depois que seu amigo Junior Liberalino não aceitou essa mistura de água e óleo.