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terça-feira, 25 de julho de 2023

De cada oito políticos eleitos no Brasil desde 2000, apenas 1 é mulher

Ao contrário da imensa maioria dos municípios brasileiros, Carnaubais tem mulheres nos cargos mais importantes


Mesmo após a criação de regras para promover mais equilíbrio de gênero nas disputas eleitorais, a ocupação de cargos eletivos por mulheres cresceu pouco ao longo de 20 anos. Em 2020, apenas 15,7% dos vencedores nas eleições eram mulheres. Trata-se de um avanço: em 2000, elas representavam apenas 11% do total.

Ainda assim, o crescimento não acompanhou o aumento no número de candidatas — que saltou de 18,6% em 2000 para 33,5% em 2020. Essa tendência foi observada tanto nas eleições municipais quanto nas eleições gerais.

As informações foram apuradas a partir dos dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Um aumento significativo no número de candidatas mulheres foi registrado a partir de 2009. Naquele ano, o Congresso Nacional aprovou uma mudança na lei determinando, na prática, que ao menos 30% das candidaturas lançadas por um partido ou coligação para o Legislativo fossem preenchidas por mulheres.

De 14,2% em 2006, o percentual de candidatas em eleições gerais passou para 22,4% em 2010 e, posteriormente, 30,9% em 2014. Fenômeno parecido ocorreu nas eleições municipais: de 21,2% em 2008, as candidaturas femininas saltaram para 31,4% em 2012.

No entanto, o crescente número de candidaturas não teve reflexo efetivo na escolha de mais mulheres. Nos municípios, o percentual de eleição delas se manteve entre 11% e 13,4% de 2000 a 2016. Já nas eleições gerais, elas foram de 10,8% a 11,6% dos eleitos entre 2002 e 2014. 

Uma tendência de mudança começou a se desenhar a partir de 2018, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou o entendimento de que, para além de apenas lançar suas candidaturas, os partidos precisam destinar ao menos 30% dos recursos de campanha para mulheres. Já naquele ano, o índice de eleitas foi de 15%, contra apenas 10,8% de 2014. Nas disputas municipais de 2020, a proporção foi de 15,7%, contra 13,4% de 2016.

A partir de 2018 já houve um impacto, porque muitas mulheres conseguiram se colocar em uma condição de competitividade melhor., Entretanto, ela observa que o crescimento ocorre em um ritmo muito lento. Ainda que tenha havido um crescimento de 50% no número de deputadas federais em 2018, ou seja, as mulheres conseguiram aumentar de 10 para 15 pontos percentuais de representação na Câmara.

Embora sejam minoria absoluta em cargos eletivos, as mulheres são 51,1% da população brasileira, segundo o IBGE, e 45% dos filiados a partidos políticos, de acordo com o TSE. Contudo, considerando o ritmo de crescimento registrado nos últimos pleitos, o Brasil só atingiria a paridade entre homens e mulheres nas eleições gerais de 2054. Nos municípios, apenas em 2080.

Em tempo

Carnaubais, politicamente a mulher está bem representada; tem uma prefeita (Marineide Diniz), a presidente da câmara (Eudiene Benevides), mais três vereadoras no mandato e outra licenciada, além de várias mulheres a frente das secretarias do governo municipal.