A professora da Universidade (UERN) Lúcia Helena Medeiros, de 50 anos, conseguiu se
recuperar do novo coronavírus após ficar 23 dias internada - 10 deles na UTI -
em um hospital particular na cidade de Mossoró.
Liberada
no dia 11 de abril da unidade de saúde, há quase um mês, ela ainda tem efeitos
da doença, apesar de não ter mais o risco de transmitir para outras pessoas. - "Eu ainda não estou livre (dos
sintomas). Eu estou com dificuldades na respiração, canso um pouco. É uma coisa
que ainda está em processo. Sabemos que a doença atinge cada um de uma
forma", contou.
Os primeiros sintomas da professora do
Departamento de Letras e Artes da UERN apareceram cinco dias antes dela ser
internada - ela teve primeiro uma irritação na garganta, depois a tosse e aí
surgiu a febre. "Nesse tempo todo minha pressão estava muito alta",
relatou ela, que é hipertensa, um dos grupos de risco do coronavírus.
"Quando eu fui internada, eu já estava
com muita falta de ar. O pulmão já estava muito prejudicado, segundo me
disseram os médicos depois dos exames iniciais".
Ela relata que dois sentimentos a marcaram no
tempo em que ficou internada, principalmente no período da UTI: solidão e
incerteza. "A UTI é um espaço muito isolado. É um sentimento de solidão
ali. Não tem visita, nada, só os profissionais da saúde com os equipamentos de proteção
para nos dar medicamentos, assistência", falou.
Por isso, deixar o hospital recuperada, para
ela, trouxe uma sensação de alívio. "Sair do hospital recuperada é um
alívio muito grande. É uma gratidão que a gente sente. Essa doença é uma coisa
que a gente não conhece direito. Não temos um conhecimento pleno ainda do que
pode causar".
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