De início, o plano da Secretaria da
Administração Penitenciária (SAP) era transferir do Ceará 60 líderes das três
facções que vinham comandando, de dentro dos presídios, o crime nas ruas de
Fortaleza e outros municípios do Ceará.
Até ontem, foram removidos, ao todo, 39
para a Penitenciária Federal de Mossoró: 21 do Comando Vermelho (CV) e 18 da
Guardiões do Estado (GDE).
Pelo menos, por enquanto, segundo uma
fonte do governo, a SAP teria desistido de transferir 20 criminosos já
relacionados do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A justificativa seria que o sistema aqui
daria conta de isolá-los e monitorá-los. A Inteligência do órgão penitenciário
teria detectado que os ataques estariam restritos a integrantes do CV e da GDE.
Há outra leitura possível. O PCC,
diferente das duas facções, tem um melhor nível de organização no cenário do
crime no País. A GDE, por exemplo, é uma organização criminosa
"doméstica". Teria sido fundada no Ceará a partir de um racha de
lideranças cearenses que teriam se recusado a continuar pagando a
"cebola", uma mensalidade cobrada pelos paulistas.
Pois bem, o PCC, por ser mais
"nacionalizado" que o CV, poderia decidir aprofundar ainda mais a
crise no território cearense. Além, também, de desencadear um efeito dominó
pelo resto do País. A análise foi posta na mesa por alguns integrantes do
Centro de Inteligência do Nordeste que é sediado em Fortaleza.
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