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Morre o presidente Hugo Chávez, o militar "socialista" que transformou a Venezuela

CLAUDIA JARDIM
DA BBC BRASIL, EM CARACAS
Hugo Chávez, de 58 anos, assumiu o poder há pouco
mais de uma década e sinalizou que pretendia se
manter à frente do governo por tempo indeterminado
Soldado. Bolivariano. Socialista e antiimperialista. Assim se autodefinia o presidente da Venezuela Hugo Chávez. Considerado um dos mais polêmicos e importantes líderes da América Latina, um câncer marcou sua batalha final, encerrando nesta terça-feira os 14 anos de sua permanência no poder.

Chávez é visto como o homem que transformou a história social e política da Venezuela. Para os setores populares foi uma espécie de "justiceiro" que chegou à Presidência para redistribuir a renda do petróleo, antes privilégio de uma minoria. Para seus opositores foi o político que dividiu o país e atentou contra a propriedade privada, a liberdade de imprensa e a democracia.

O projeto maior de Chávez, a chamada "revolução bolivariana", moveu o tabuleiro da política venezuelana à esquerda. Polêmico, inspirado no prócer independentista Símon Bolívar, criticava em seus discursos as causas que teriam levado o país - quinto maior exportador mundial de petróleo - a manter a maioria da população na pobreza.

Com uma popularidade incomparável na história do país, o líder venezuelano criou um vínculo emocional com seus seguidores que foi além da política. Por alguns é visto como "pai", "irmão", "amigo" ou "filho". Gritos de "Chávez, eu te amo", costumavam acompanhar comícios e atos públicos liderados pelo presidente.

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