Valor Econômico
Cotado para assumir a presidência da Petrobras a partir de
2023, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) foi um dos escolhidos para acompanhar
o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na COP27, conferência da ONU
sobre mudanças climáticas. O evento está previsto para acontecer no Egito este
mês e a ideia é que Prates auxilie o presidente nas conversas com líderes
estrangeiros e representantes de organizações especializadas no tema.
Além de Jean Paul Prates, os senadores Jaques Wagner
(PT-BA) e Fabiano Contarato (PT-ES) também devem estar na comitiva do
presidente eleito. A COP27 acontecerá entre os dias 6 e 18 de novembro. A data
da viagem de Lula ainda não foi definida. Oficialmente, entretanto, o Brasil
será representado pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Lula foi convidado pelo
Consórcio Amazônia Legal, comandado pelo governador do Amapá, Waldez Goés, para
integrar a comitiva dos governadores da região para a COP-27.
Jean Paul Prates, por sua vez, tem amplo conhecimento da
indústria de petróleo. Ele integrou a antiga Petrobras Internacional
(Braspetro), nos anos 1980, e participou da elaboração da Lei Petróleo, em
1997. No Senado, ele é autor de projeto de lei sobre eólicas offshore. Na
campanha do PT, por exemplo, o senador participou de um grupo de especialistas
que assessorou o ex-presidente Lula em temas do setor, em especial sobre a
Petrobras.
Se um eventual convite para a presidência da Petrobras se
confirmar, o senador do Rio Grande do Norte deverá passar pelo crivo dos órgãos
de controle à luz da Lei das Estatais. A participação de Prates na campanha
política de Luiz Inácio Lula da Silva será o ponto principal a ser escrutinado,
na visão de especialistas ouvidos pelo Valor.
Ao longo da campanha de Lula, foi noticiado que o senador
contribuiu na construção do programa de governo, na área de energia, óleo e
gás. Nas eleições de 2014, o político foi o primeiro suplente de Fátima Bezerra
para o período de 2015 a 2023.
Quando ela assumiu como governadora do Rio Grande do Norte
em 2019, Prates passou a ocupar a cadeira do Senado Federal. Em 2020, ele foi
candidato à prefeitura de Natal e não foi eleito. Já nas eleições mais
recentes, foi o primeiro suplente de Carlos Eduardo Alves (PDT), também
derrotado.