Cassado em 2016, o ex-senador Delcídio
Amaral passará a receber aposentadoria de R$ 11,5 mil a partir deste mês. O
pagamento foi autorizado pelo Senado em portaria publicada na semana passada. O
valor representa 12/35 (doze trinta e cinco avos) do salário atual dos parlamentares,
que é de R$ 33,7 mil.
Delcídio, que era filiado ao PT e foi
líder do governo no Senado na gestão de Dilma Rousseff, perdeu o mandato após
acusações de que teria tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Ele negociou um acordo de delação em que acusou o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva de participar do esquema para comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobrás Nestor Cerveró. Tanto Delcídio quanto Lula foram absolvidos no caso.
Em 2017, o Ministério Público Federal
pediu que o senador cassado perdesse os benefícios previstos na colaboração sob
a justificativa de que ele teria mentido. O acordo, no entanto, continua
vigente.
Conforme mostrou o jornal O Estado de
S. Paulo, o ex-petista é um dos 31 delatores “inadimplentes” com a Justiça,
após não pagar parte da multa estipulada no acordo de colaboração premiada.
Delcídio deve R$ 85 mil, referentes a uma parcela do total de R$ 1,5 milhão que
acordou pagar.
DILEMA
O ex-parlamentar informou em maio que
contava com a venda de imóveis para quitar a valor – vencido em setembro do ano
passado -, mas que enfrentava “grandes dificuldades” no negócio em função de um
arrolamento de bens, por causa da crise econômica e por ter seu nome associado
à Lava Jato.
Procurada, a defesa afirmou que Delcídio
tem “sérios problemas financeiros nesse momento, mas está fazendo todos os
esforços para pagar a multa”.
Atualmente, Delcídio mora em uma fazenda
localizada em Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O ex-parlamentar ainda tentou
voltar à cena política no ano passado, mas teve a candidatura ao Senado barrada
por estar inelegível até 2027.