É
hora de calçar as sandálias da humildade e começar do zero. Já tínhamos levado
aquela chinelada do Barcelona no Mundial de Clubes, mas a sapatada de
terça-feira doeu mais.
Quando
o Santos perdeu aquela decisão, lembro que pelo menos o Neymar disse que tínhamos
tomado uma aula de futebol. Agora, só ouvi dizerem que foi uma pane, que perder
de um ou de sete é a mesma coisa, mas não dá para aceitar.
Não dá mais para esconder que tem que mudar muita coisa. Futebol é espetáculo,
é se deliciar com a beleza do jogo, claro que sem perder a seriedade e o
profissionalismo, mas nosso time não pode ir a campo como se fosse disputar os
“Jogos Vorazes".
No
filme, o objetivo é salvar sua vida, mas no futebol não pode ser assim. Foi
tanta pressão que passaram para os jogadores que eles desmoronaram no primeiro
golpe. Com esse clima, o time não cria, não relaxa.
Todas
as outras seleções estão curtindo a Copa sem deixar de lado a concentração no
jogo. No Brasil, só o Neymar conseguiu mostrar a desenvoltura e a capacidade de
desfrutar disso tudo.
A
seleção não fez nenhuma atuação à altura do que se espera do Brasil. Desde o
começo, não teve alternativas para sair das dificuldades, impostas pelo México
e pelo Chile.
Quando
enfrentasse uma seleção mais forte e organizada, como a Alemanha, era isso que
ia acontecer. A Alemanha não menosprezou o Brasil, fez como o nosso Flamengo
dos anos 80, fazia um gol e continuava batendo até liquidar o adversário.