Os efeitos da pandemia da Covid-19 são muitos e, infelizmente, ainda serão sentidos por longos anos. Um deles, medido pela estatística e demógrafa brasileira Marcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, é a diminuição da expectativa de vida no Brasil.
Com a alta taxa de letalidade registrada no país pelo coronavírus (13% do total de mortes de todo o mundo), nossa expectativa de vida baixou. Segundo a estimativa calculada por Marcia Castro, quem nasceu em 2020 deve viver, em média, 1,3 ano a menos do que alguém nascido no ano anterior. Essa regressão nos leva aos níveis de 2012.
A queda na expectativa de vida expõe diferença entre os sexos. A redução foi maior entre os homens – 1,6 ano - enquanto para as mulheres foi de 1 ano.
No Estado do Amazonas, que viveu os momentos mais críticos da pandemia no Brasil com o surgimento da variante Gama e a crise da falta de oxigênio, a diminuição chegou a 3,5 anos.
A pandemia ainda não acabou. Agora, temos a variante Delta a nos assustar, e ainda acumularemos muitos prejuízos, além dos que dizem respeito à economia, à educação, à saúde física e mental. Mas nenhum se compara a perdas humanas irreversíveis. O Brasil caminha para o envelhecimento.
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