Uma atitude temerária. Assim pode ser definida a liberação de público, mesmo que restrito, para a final da Copa América entre Brasil e Argentina, que acontece neste sábado, no Maracanã, em meio à pandemia de covid-19 que assola o País.
Num cenário em que mais de 530 mil pessoas foram vitimadas pela doença, especialistas da área de saúde comentam até que ponto essa medida pode agravar ainda mais a questão sanitária neste momento, com a preocupação de uma nova cepa, a Delta Indiana.
O infectologista José Ribamar Branco, Fundador do Instituto Brasileiro da Segurança do Paciente, afirma que os números de mortos pela pandemia no Brasil não permitem uma ação que pode provocar a aglomeração de pessoas, mesmo que seja 6.500 num estádio para 65 mil.
Branco disse que entende a pressão econômica e esportiva de uma final envolvendo Brasil e Argentina, mas comentou que num período crítico como o atual, o gestor precisa optar por alternativas que favoreçam a população. - "Temos a variante Delta do vírus, que já circula no Brasil. E os jovens são os maiores disseminadores dela. Eles contraem a doença e depois vão para casa. O resultado de uma aglomeração é que o número de mortes pode explodir e até colapsar o sistema".
Para o pneumologista Arthur Feltrin essa liberação, além de inadequada, é preocupante em todos os sentidos. -- "Sabemos que o futebol é uma das maiores paixões do brasileiro, mas isso não justifica liberar. Essa decisão vai na contramão do que o Comitê Olímpico Internacional (COI) vem fazendo, por exemplo. O órgão proibiu o público nos Jogos de Tóquio e por aqui acontece justamente o contrário", comparou.
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