Se hoje Maria Lúcia Ferreira varre o terreiro na frente da casa foi porque lutou muito para ter esse pedacinho de terra no assentamento Cabelo de Nego, na zona rural de Mossoró. Ela foi uma das primeiras assentadas há 25 anos anos. Nesse tempo, aprendeu a tomar gosto pela agricultura, depois de uma fase difícil na juventude, quando morava em Mossoró.
Dona Lúcia, como é conhecida, tem 58 anos e vive da agricultura. Além de manter o lote com o plantio das culturas de inverno, ela cria galinhas no quintal da propriedade. "Aqui eu tenho minhas vaquinhas que eu não tinha, tenho minhas cabras que eu comecei a criar, minhas galinhas. A rua não tem o que dar não. Meu lugar é aqui", diz a agricultora.
Essa certeza ganhou mais um motivo quando, neste mês de abril, 68 famílias de agricultores do assentamento Cabelo de Nego receberam os títulos de posse da terra, que antes pertenciam ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Foram 25 anos de espera.
O momento foi comemorado com uma solenidade no próprio assentamento, no último dia 15. Antônio Monteiro, um dos fundadores do assentamento, estava lá. Com o título da terra em mãos, o agricultor ainda se emociona ao lembrar dessa conquista que durou mais de duas décadas para se concretizar.
O assentado Ranieeth Freire já planeja acessar linhas de crédito voltadas para o homem do campo. O investimento deve ajudar a manter as atividades rurais na época mais seca do ano. Com a posse da propriedade, ele deve conseguir mais recursos para ampliar o trabalho no assentamento. - G1RN.
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