A dimensão continental do Brasil faz dele um
país com diversos “micro países” em seu território. A lógica se encaixa à
perfeição no atual cenário da epidemia do novo coronavírus. Algumas regiões
podem podem
ter realidades completamente diferentes.
Neste quesito, o Nordeste chama muito
a atenção por ter maior heterogeneidade entre os estados.
Após uma fase mais dramática, com capitais
como Fortaleza e Recife com alto número de casos já no início do ano, a média
móvel de novos casos e óbitos por coronavírus se estabilizou, em comparação com
os dados de duas semanas atrás. Por outro lado, enquanto alguns estados e
principalmente capitais já podem respirar mais aliviados, outros começam a
enfrentar a ascensão da epidemia.
A disparidade era esperada e é normal. “Não há
uma única explicação. Vários fatores contribuem para essa característica como o
comportamento do vírus em si, que tende a migrar em ondas para locais onde tem
pessoas suscetíveis; os cuidados que as pessoas de cada local tomam, as medidas
de distanciamento e flexibilização adotadas pelos governantes, a capacidade do
sistema de saúde e a questão que, no Brasil, desempenha um papel muito forte no
desfecho dessa epidemia”, explica o epidemiologista e infectologista Bruno
Scarpellini, da PUC do Rio de Janeiro.
Desde o começo da pandemia, Fortaleza
e Recife, por exemplo, começaram a ver a curva de infectados aumentar em um
período semelhante ao de capitais de outras regiões como São Paulo e Manaus.
Hoje, essas cidades começam a respirar.
Após medidas rígidas de distanciamento
que ajudaram a conter a epidemia, Fortaleza avançou na flexibilização e
retomada da economia. A cidade, que chegou a instituir lockdown por algumas
semanas, permitiu nesta semana a reabertura das barracas de praia no horário de
almoço.
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