Com 50
anos no front da
Saúde Pública, o epidemiologista Jair Ferreira não tem uma boa expectativa para
os meses de maio e junho em relação à contaminação por covid-19 no
Brasil.
Ele nota que os dados já no final de abril
indicavam o crescimento da covid-19. “É bem possível que maio e junho sejam
dramáticos em determinadas áreas do país”, adverte.
“Os mais otimistas projetam o pico da
epidemia para meados de maio. Eu não seria tão otimista”, avalia o médico.
Ferreira diz que, se tivesse de apostar, apostaria em meados de junho para o
ápice de casos novos e óbitos.
Atuante nos programas estaduais de controle
da hanseníase, no final do século passado Ferreira trabalhou no combate ao
vírus HIV, causador da Aids, e foi consultor da Organização Mundial de Saúde
(OMS). Hoje, leciona epidemiologia na UFRGS e acompanha o avanço do
coronavírus.
Ferreira é cético quanto à obtenção próxima
de uma vacina. “A previsão de ter uma vacina no primeiro semestre de 2021 é
altamente otimista”, avisa. “O coronavírus não é uma variedade dos vírus da
gripe. É diferente e pode acontecer que a vacina leve muito mais tempo”,
argumenta. “Ou pode ocorrer o mesmo que estamos observando com o HIV, contra o
qual ainda não se obteve uma vacina 40 anos após o seu surgimento”, conclui.
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