O Ministério Público Eleitoral (MPE/RN) deflagrou na segunda-feira, 9, a Operação Cabresto.
Segundo o órgão, a ação visa descortinar um esquema delituoso instalado na
prefeitura onde o ex-prefeito George Retlen Costa Queiroz teria montado uma
“central de doação de imóveis”, concedendo direitos reais de uso de 616
terrenos para inúmeras pessoas, sem observância do procedimento legal, sem
verificação de alguma carência dos favorecidos, sem manifestação jurídica, sem
publicidade e sem autorização do poder legislativo.
Ainda segundo o MPE, do total, 487 bens
públicos foram “doados” a particulares nas proximidades da eleição municipal de
2016, época em que George Queiroz foi candidato à reeleição.
Ao todo, os bens desviados pelos
integrantes do grupo criminoso foram avaliados em R$ 4.546.080,00, com
determinação de sequestro de tal valor pelo Juízo da 27ª Zona Eleitoral. Além
do sequestro dos bens, foram cumpridos nas residências de todos os investigados
e na sede de uma empresa, 11 mandados de busca e apreensão, nos municípios de
Jucurutu e Natal, com a participação de 12 promotores de Justiça, 17 servidores
e 38 policiais militares.
O MPE explica que o grupo delituoso teria
atuado sob o comando de George Queiroz e da suposta idealizadora do esquema, a
ex-secretária de Assistência Social Francisca Fabiana Batista Monteiro. Além
deles, o MP Eleitoral apura a participação dos servidores Arinaldo Lopes de
Araújo e Maria José Araújo Lopes de Sá, contando, ainda, com a atuação do
empresário Roberto dos Santos Silva, conhecido por “Pompom Sat”, e dos
vereadores Fagner Bezerra de Brito, o “Faguinho”; Rubens Batista de Araújo,
conhecido por “Rubinho”; e Willame Lopes de Araújo, o “Negro do Detran”. Os
vereadores não só auxiliaram na concessão de terrenos, como obtiveram imóveis
públicos para si ou seus parentes.
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