Os brasileiros sofrem há quatro anos
seguidos com o aumento da desigualdade. Isto é o que aponta o estudo lançado
nesta quinta-feira (15) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A pesquisa “A Escalada da
Desigualdade” indica que concentração de renda dura 17 trimestres consecutivos.
Um recorde nas séries históricas do Brasil.
Responsável pela pesquisa, o diretor do
FGV, Marcelo Neri, afirma que o aumento da desigualdade contribuiu para a
intensificação da crise. “A desigualdade joga areia nas engrenagens da economia,
porque o consumo dos mais pobres é maior com proporção da renda”.
Trimestre a trimestre houve uma forte
perda de bem-estar social.
As pessoas pobres sofrem mais com os
efeitos da crise do que as que as mais ricas. Além disso, são elas que estão
demorando mais para se recuperar, comenta o pesquisador.
“O bem estar até 2014 crescia a 6,5% ao
ano - porque a renda crescia e a desigualdade caia, o bolo crescia com mais
fermento na base. A gente saiu de mais 6,5% para menos 6,5% em um período de 2
anos. Mais do que uma queda profunda é uma desaceleração gigantesca”.
Segundo
a instituição, nem mesmo em 1989, que constitui o pico histórico de
desigualdade no país, houve um movimento de concentração de renda por tantos
períodos consecutivos.
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