Mesmo com pouca
resistência física e sob o sol quente agricultor não larga a enxada.
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Seu
Damião, 65 anos, cuida do pequeno roçado. Com a enxada limpa o milho que
plantou confiando no inverno. Espera colher para ao menos comer umas pamonhas e
uma boa canjica.
Essa
é uma cena cada vez mais rara na várzea do Açu.
Seu
Damião é de uma geração sertaneja, como se diz por aqui, nasceu os dentes já
trabalhando ao lado do pai e até hoje, apesar da aposentadoria, continua
cultivando a terra.
Mão
de obra familiar
“O trabalho é pesado, mas estamos perto da família”, comentou Manoel Cirilo. |
Ao lado da gleba de terra onde Seu Damião trabalha, seu filho Manoel Cirilo Mendonça, o “Louro” desenvolve outra atividade como diarista no plantio de mamão.
Ele
conta que até tentou trabalhar de carteira assinada em Fortaleza, mas só passou
11 meses. Voltou para a agricultura onde se sente bem melhor e ganhando mais.
Falta
quem queira trabalhar
“Está
cada vez mais difícil encontrar trabalhadores no campo”.
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Na opinião de Francisco Pinto, gerente do Sistema de Abastecimento de Carnaubais, a falta de interesse dos agricultores é grande. Segundo ele, nem o Programa Compra Direto do Governo que paga preços justos consegue fornecedores da agricultura familiar.
“Um
quilo de melancia R$ 0,74 centavos, carne caprina R$ 14,50, e tantos outros produtos
como ovos caipiras, mel de abelha, que poderiam ser consumidos nas escolas não
tem ninguém pra vender”. Explica.
Dificuldades
de acesso
Apesar
de não ser motivo para tal cenário de desanimo, é possível diagnosticar as péssimas
condições das estradas na várzea, o que dificulta o escoamento da produção.
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