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domingo, 23 de março de 2014

O matuto e o coroné!


A História


- Esse ano você será candidato!!

- Eu Coroné? Pergunta o Matuto.
-Você mesmo! 
Irá defender os meus interesses na campanha. Pedir votos cruzados etc.

O Matuto respondeu: -Coroné! eu vou dizer um negocio a vois micê:


Eu que sou um cabra “expromentado”, vivido e viajado nas beiras da postulança “political”.
Eu vou lhe dizer um retáio de “sabença” que é a pronuncia mais “apronunciada” sobre política que”inxiste” nesse mundo “selvageado” pelos animais...

Primeiro: começar juntar dinhero, pra depois cumeçar juntar gente.
Engolir muita rimunheta de cabra falso, felabutista e pidão.
Desatar nó cego da convenção.
Escutar caqueado dificultoso de partidário que só tem um voto e olhe lá.
Ficar refém da língua do povo.
Fazer conchavo com reservista da ditadura.
Descaviar o caminho  mode os quixó da oposição.
Desmurmurar mulher falsa e coiseira.
Acompanhar enrolamento de papel de justiça.
Levar fama de ser como, baitola e ladrão.
Aguentar fazimento de pouco de eleitor desbriado.


Bater quinhentos quibomgo com xangoseiro.
Assistir meia missa e sair comungado.
Batizar minino feio com o nome de Desmenielirson Jerry.
Almoçar em lata de goiabada.
Aplaudir discurso desvirgulado, sem rumo e sem ponto final.
Aturar gente furona e desconhecida dentro de casa.
Viver rindo e fumaçando pelo fundo feito ferro de engomar.
Acabar sua Devintezinha na buraquera.
Aturar babões civis e militares.
Botar no braço menino novo cum fundo cagado.
Tomar uísque Drures, sem gelo numa xícara de louça cum tira gosto de canjica.
Beber naquelas mesonas de imbuia, numa saleta escura e abafada, encostado numa cristalera e cercado de cabos eleitorais com cada suvaqueira de torar.
Entregar taça de campeão a time safado.
Chorar em velório de desconhecido.
Professorar as iniciais de nome de campanha pra eleitor tapado.
Escorregar em lama de esgoto.
Pagar cana pra pinguço desocupado.
Escutar destampatório de foguetão no pé do ouvido.
Magoar o dedo mindim em passeata.
Dormir chiquerado da mulher e dos filho.
Ganhar abraço fedorento.
Receitar caixão de defunto em ambulança.
Comprar votos em dia de eleição.
Apertar a mão de traidor oportunista.
E Depois de eleito começar essa camubemagem toda de novo.
Deus me livre de eu sair candidato.
Chega me faltou suspiração e eu vou parar por aqui, porque a conversa de político é feito coceira, só quer um pezinho e eu não me candidato não.

Jucier Quirino.