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Manchete do UOL, na manhã de ontem [17]: “9 em cada 10 juízes ganharam mais do que ministros do STF em 2024”. Esta se soma a outras, recentes, do gênero: “Tribunal de Rondônia pagou salários de mais de R$ 1 milhão a 46 juízes em fevereiro”. Ou: “125 juízes ganharam mais de R$ 500 mil em um único mês”.
Impossível não ler essas notícias sem se indignar. É um tapa na cara da sociedade brasileira. E um soco no estômago da massa trabalhadora no Brasil.
Não se trata de crítica à meritocracia. Há o merecimento de ganhar bem, premiando o esforço de uma vida inteira. A questão é a extrapolação, que escancara a desigualdade extrema no nosso país: enquanto um juiz pode receber R$ 100 mil ou mais por mês, o salário-mínimo no Brasil é de R$ 1.518. Significa que um juiz pode ganhar em um mês o que um trabalhador normalmente levaria mais de 70 anos para acumular.
Há ainda nesse contexto o famigerado “jeitinho brasileiro”, encontrado pelo Judiciário para, ao turbinar penduricalhos (com benefícios exclusivos, aos quais o trabalhador “comum” não tem acesso), burlar a Constituição e permitir que magistrados furem o teto salarial do funcionalismo público.
Infelizmente é a cara do Brasil
Um país onde uma elite do serviço público (entre outras) se beneficia de recursos que poderiam estar sendo usados para melhorar serviços básicos, como saúde, educação e segurança, para toda a população.
Enquanto magistrado recebeu em dezembro R$ 10 mil em “vale-peru”, milhares de brasileiros, neste momento, não têm a menor ideia se e o que vai comer mais tarde.
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