O Grupo Sipal, gigante do agronegócio que teve contas
bancárias bloqueadas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto
envolvimento em atos golpistas, obteve R$ 22,5 milhões em empréstimos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para comprar caminhões
dois meses antes da eleição.
Sete caminhões com as mesmas características dos comprados
foram registrados em relatório do governo do Distrito Federal por estarem
estacionados em frente ao quartel general do Exército enquanto eram realizadas
manifestações contra o resultado das eleições.
O governo distrital identificou 234 caminhões presentes em
manifestações em Brasília.
No documento, estão listadas as placas dos veículos. Com
base nelas, é possível verificar que todos os caminhões vinculados à Sipal eram
fabricados pela Mercedes-Benz, de modelo 2022 e registrados em Francisco
Beltrão (PR), onde fica uma filial do grupo cujas contas foram bloqueadas por
ordem do STF.
Em agosto, mês em que o presidente Jair Bolsonaro (PL)
lançou sua campanha à reeleição, o BNDES liberou R$ 22,5 milhões à Sipal, em
cinco operações, intermediadas pelo banco Mercedes-Benz. O banco opera
basicamente financiando vendas da Mercedes, montadora dos caminhões da Sipal
vistos em atos golpistas.
Decisão
O STF determinou o bloqueio de contas da Sipal e outras
empresas e pessoas porque, entre outras coisas, elas estariam envolvidas no
envio de 115 caminhões a Brasília “com fins de rompimento da ordem
constitucional – inclusive com pedidos de ‘intervenção federal’, mediante
interpretação absurda do art. 142 da Constituição Federal”.
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