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Economia: “A grande indústria (do petróleo) no Brasil, hoje, está se desmobilizando”


Bate papo - Dr. Aluízio dos Santos, prefeito de Macaé (RJ) 

Presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) 

Qual a situação atual do setor petrolífero brasileiro? 

A indústria de Petróleo no Brasil vai hibernar. Por ora, não vejo motivação na indústria para avançar, para fazer ofertas, contratualizar. A grande indústria no Brasil, hoje, está se desmobilizando. E, o resultado do leilão deixa isso muito claro. 

O preço do petróleo é a principal influência deste cenário negativo? 


O preço do petróleo não. Definitivamente não. O que influencia no petróleo é a política nacional. O preço do petróleo é internacional, os leilões são internacionais. O problema do petróleo, hoje, está dentro do país. O petróleo à US$ 50, o dólar à US$ 4, tudo isso, a indústria convive. O que ela não consegue é conviver com a falta de regras,  com uma superexposição de alguns contratos. O problema está no Brasil. Essa crise é nacional. 

E operações como a Lava-Jato e a crise na Petrobras? 

O que contribui [para esta crise] é o protagonismo excessivo da Petrobras, em um momento que ela não pode ser protagonista. A Petrobras precisa reconhecer que, nesse momento, ela precisa dar espaço para que as outras empresas possam trabalhar no petróleo. Está gerando desemprego,  está gerando desmobilização, está  gerando um retrocesso significativo para esse cenário. A Petrobras precisa reencontrar um caminho, mas, sem que ela defenestre a indústria do petróleo. Não dá mais para a Petrobras ser operadora única. Isto é consenso nacional.

Como todo este quadro é revertido aos pequenos e médios operadores? Principalmente, em bacias maduras, como a Potiguar.

Um cenário desse impacta os pequenos operadores porque não há trabalho. Hoje, o Brasil vive sob o risco de um grande desemprego. E, quando você não tem oportunidade de trabalho do petróleo, você só aumenta esta situação de risco. Essa situação negativa. A indústria não trabalhando, o pequeno operador não consegue trabalhar. Os contratos são pesados, a insegurança é muito grande, o desinvestimento é muito grande, e, consequentemente, ela não trabalha.

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