SUPERLOTAÇÃO: São 800 presos num lugar onde caberiam, no máximo, 600 (Foto: ÉPOCA).
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"É
muito desumano”, resumiu o ministro Joaquim
Barbosa ao inspecionar, em abril
de 2013, a penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada a cerca de 30
quilômetros de Natal, Rio Grande do Norte.
Presidente
do STFe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa
viu urina escorrendo pelas paredes, sentiu o forte cheiro de fezes e passou por
celas e corredores escuros e sem ventilação.
Quase
um ano depois, um novo relatório do CNJ, obtido por ÉPOCA, referente a uma
vistoria feita em dezembro, mostra que o drama observado pelo ministro
continua. Pior ainda, o documento acrescenta novas tintas ao descaso.
CALDEIRÃO
CALDEIRÃO
Esse
cenário é o ambiente perfeito para nutrir atitudes monstruosas como a de
Antonio Fernandes de Oliveira, de 29 anos de idade. Conhecido com Pai Bola, ele
age em Alcaçuz sob o efeito do crack.
Em
novembro de 2009, Pai Bola foi capaz de desferir 120 golpes de faca artesanal
numa vítima que lhe negou o celular. Seis meses antes, matara outro interno por
asfixia, usando um lençol.
Dois
anos depois, cometeu um crime ainda mais bárbaro. Decapitou um colega de cela,
comeu literalmente seu fígado e depois espalhou suas vísceras pelas paredes.
Mesmo diante de repetida atrocidade, a direção do presídio permitiu que em 2012
um rapaz se oferecesse para ler a Bíblia para Pai Bola.
Durante
a noite, o religioso foi morto com uma facada no pescoço enquanto dormia. “Me
deu vontade”, respondeu Pai Bola quando questionado sobre o motivo que o levara
a matar o religioso.
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