Num dia de maio
de 1985 eu chegava a essa cidade na "carritela" de um trator. Sem malas, debaixo
de chuva a noite.
Acompanhava meus pais que fugiam da enchente na época em que a barragem inaugurada naquele ano quase se rompia.
Acompanhava meus pais que fugiam da enchente na época em que a barragem inaugurada naquele ano quase se rompia.
O caudaloso rio Açu de
barreira a barreira transbordava. Era assustador ver a água engolindo tudo. Deixamos Tabatinga para trás.
Aqui chegando, moramos inicialmente no final da avenida Manoel Batista, a direita. Alugamos a casinha de dona Maria Bonita.
Aqui chegando, moramos inicialmente no final da avenida Manoel Batista, a direita. Alugamos a casinha de dona Maria Bonita.
Matriculei-me no Abel e fui,
modesta a parte, um bom aluno. Tinha uma fascinação pelo estudo. Fiz de tudo um pouco para
ajudar a renda de casa. Lembro da fartura de piabas na lagoa em frente a
cidade. Diversão e comida garantida. Fiz muitas amizades que continuam até
hoje.
Conto esta história a
propósito dos 40 anos da nova cidade de Carnaubais, transferida para este local
devido também a enchente do rio Açu em 1974. Talvez, por isso esteja presente nos corações dos carnaubaenses um forte sentimento de [re]construção, de força e fé, próprias dos varzeanos.
Carnaubais é pequena no
tamanho, mas grande em acolher. Sim, muitas coisas precisam melhorar, pois
entre as inundações do passado e as projeções do futuro há um presente a ser
trabalhado. E todos nós fazemos parte desse processo.
Penso que amar a nossa terra não é gostar do nosso quintal.
Penso que amar a nossa terra não é gostar do nosso quintal.
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