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No impeachment de Collor, um país em choque em meio a uma onda de revelações. Presidente da República saia pela porta dos fundos após assinar sua renúncia. |
Em 2025, completaram-se 35 anos de um dos maiores traumas econômicos da história do Brasil: o confisco da poupança. No dia 16 de março de 1990, o então presidente da República, Fernando Collor, anunciou o Plano Collor. A medida mais conhecida – e infame – desse plano foi o confisco da poupança de milhares de brasileiros.
É isso mesmo. A partir daquele momento, os brasileiros podiam retirar no máximo 50 mil cruzeiros – cerca de R$ 12 mil – das suas contas bancárias. O restante ficaria retido no Banco Central e seria devolvido apenas após 18 meses (!). Como você pode imaginar, a notícia não foi nem um pouco bem recebida pelos brasileiros, tendo atingido em cheio a classe média, com pessoas que vinham juntando para comprar um carro ou uma casa “perdendo” as economias do dia pra noite.
“Na hora da coletiva, senti um misto de revolta e perplexidade. Sabia que aquele plano provocaria um trauma na população. No fim do dia, chorei muito. O governo cometeu uma violência econômica muito grande contra o povo brasileiro. Foi o pior dos planos econômicos já feitos no Brasil”, escreveu a jornalista Miriam Leitão no livro “Saga Brasileira: A Longa Luta de Um Povo por Sua Moeda” (2011).
Por que o Plano Collor confiscou a poupança?
O confisco da poupança é a medida mais conhecida, mas o plano tinha muitas outras, como o congelamento de preços, troca da moeda nacional, extinção de estatais, entre outras.
O objetivo era combater a hiperinflação que o Brasil vivia na época. Em comparação com o Brasil atual, a inflação subiu 4,83% em 2024. Em 1989, ela passou dos 1.700%.
Em tempo
Em 1992, Collor se tornou o primeiro presidente brasileiro a sofrer impeachment devido a um escândalo de corrupção. Mas o confisco da poupança com certeza teve um impacto sobre essa decisão.
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