A fábula do escorpião e o sapo todos já devem conhecer. Com astúcia, o venenoso inseto dizia querer alcançar a
outra margem do rio e que por não saber nadar, implorava ajuda a um sapo que
estava por ali.
Temeroso, por não confiar no peçonhento, relutava em
atendê-lo. Tamanha foi a súplica que o cururu persuadido, resolveu
transportá-lo no dorso.
Ao final da travessia, seguro de seu objetivo, fulminou-a
com a mortal picada. O sapo agonizando, replicava: “Por que me traíste?”. Para
dele ouvir a fria e impiedosa sentença: “Este é meu caráter, esta é o minha
natureza”.
Pois bem...
Alguns protagonistas da política são comparáveis ao peçonhento da fábula. Por
instinto, atraiçoam suas vítimas, sacrificadas por quem busca desesperadamente alcançar
a margem do poder.
São conhecidos, gostam de rotular os que não caem nas suas lorotas, estes são chamados de parasitas, sem futuros, morcegos, remédio vencido...
Seu intuito é submergir a todos para o fundo do rio que tudo arrasta e que se diz violento, que só entrou na história como coadjuvante, eu prefiro acreditar, com Brecht, que
seguirá seu curso sem se importar com as margens que o oprimem.
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