O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que é réu em
uma ação de investigação eleitoral sob suspeita de abuso de poder econômico na
pré-campanha das eleições do ano passado, tem recorrido a integrantes do
Judiciário numa tentativa de impedir a cassação de seu mandato.
A missão do parlamentar, porém, tem esbarrado no isolamento que ele sente dentro e fora do Senado. Situação parecida com a de Moro teria o senador potiguar Rogério Marinho (PL).
O senador e ex-juiz da Lava Jato foi orientado por aliados
a estabelecer pontes no meio jurídico, a fim de evitar uma eventual cassação e
resguardar seu destino político.
A reação de Moro se dá porque ele tem ciência do risco real
que corre de perder o mandato, assim como aconteceu com seu amigo Deltan
Dallagnol (Podemos-PR), ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba que teve seu
mandato de deputado federal cassado pelo TSE, por unanimidade.
Ação em desfavor de Rogério Marinho
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) se
sustenta nas acusações de destinação de verbas em maior proporção aos
municípios ligados ao Investigado; abuso de poder vinculado ao Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR); uso do MDR para autopromoção, mesmo após deixar
a pasta; favorecimento de recursos para municípios do RN resultante em
posterior apoio político, além de discurso ameaçador de seu aliado político,
intimidando cidadãos a votarem em Marinho.
De acordo com o que consta na AIJE, havia maior destinação
de recursos do MDR para as cidades cujos prefeitos eram aliados de Rogério.
Enquanto isso, os municípios administrados por adversários não eram
prestigiados.
Os recursos teriam origem, entre outras modalidades, no
orçamento secreto.
Ainda conforme a ação, um total de 84 prefeitos declararam apoio a Rogério sob a justificativa de gratidão pela liberação de recursos federais.
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