Ao contrário da imensa maioria dos municípios brasileiros, Carnaubais tem mulheres nos cargos mais importantes. |
Mesmo após a criação de regras para promover mais
equilíbrio de gênero nas disputas eleitorais, a ocupação de cargos eletivos por
mulheres cresceu pouco ao longo de 20 anos. Em 2020, apenas 15,7% dos
vencedores nas eleições eram mulheres. Trata-se de um avanço: em 2000, elas
representavam apenas 11% do total.
Ainda assim, o crescimento não acompanhou o aumento no
número de candidatas — que saltou de 18,6% em 2000 para 33,5% em 2020. Essa
tendência foi observada tanto nas eleições municipais quanto nas eleições
gerais.
As informações foram apuradas a partir dos dados
abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um aumento significativo no número de candidatas mulheres
foi registrado a partir de 2009. Naquele ano, o Congresso Nacional aprovou uma
mudança na lei determinando, na prática, que ao menos 30% das candidaturas
lançadas por um partido ou coligação para o Legislativo fossem preenchidas por
mulheres.
De 14,2% em 2006, o percentual de candidatas em eleições
gerais passou para 22,4% em 2010 e, posteriormente, 30,9% em 2014. Fenômeno
parecido ocorreu nas eleições municipais: de 21,2% em 2008, as candidaturas femininas
saltaram para 31,4% em 2012.
No entanto, o crescente número de candidaturas não teve
reflexo efetivo na escolha de mais mulheres. Nos municípios, o percentual de
eleição delas se manteve entre 11% e 13,4% de 2000 a 2016. Já nas eleições
gerais, elas foram de 10,8% a 11,6% dos eleitos entre 2002 e 2014.
Uma tendência de mudança começou a se desenhar a partir de
2018, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) fixou o entendimento de que, para
além de apenas lançar suas candidaturas, os partidos precisam destinar ao
menos 30% dos recursos de campanha para mulheres. Já naquele ano, o índice
de eleitas foi de 15%, contra apenas 10,8% de 2014. Nas disputas municipais de
2020, a proporção foi de 15,7%, contra 13,4% de 2016.
A partir de 2018 já houve um impacto, porque muitas
mulheres conseguiram se colocar em uma condição de competitividade melhor., Entretanto,
ela observa que o crescimento ocorre em um ritmo muito lento. Ainda que tenha
havido um crescimento de 50% no número de deputadas federais em 2018, ou seja, as
mulheres conseguiram aumentar de 10 para 15 pontos percentuais de representação
na Câmara.
Embora sejam minoria absoluta em cargos eletivos, as
mulheres são 51,1% da população brasileira, segundo o IBGE, e 45% dos
filiados a partidos políticos, de acordo com o TSE. Contudo, considerando o
ritmo de crescimento registrado nos últimos pleitos, o Brasil só atingiria a
paridade entre homens e mulheres nas eleições gerais de 2054. Nos municípios,
apenas em 2080.
Em tempo
Carnaubais, politicamente a mulher está bem representada; tem uma prefeita (Marineide Diniz), a presidente da câmara (Eudiene Benevides), mais três vereadoras no mandato e outra licenciada, além de várias mulheres a frente das secretarias do governo municipal.
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