Da redação.
Trabalhadores e estudantes da UERN ,em Mossoró, tiveram
“uma surpresa” nessa quarta-feira (30), por causa de uma parada promovida pela
Aduern, que é a entidade sindical representativa dos professores da
instituição.
Alguns professores e técnicos foram hoje pela manhã ao
Campus para exercer suas atividades e foram impedidos de entrar. Então os
servidores foram obrigados a entrar por trás da Universidade.
Alunos que vieram de outros municípios também foram
impedidos de entrar na UERN. Até mesmo a entrada do restaurante popular, que
funciona no Campus, foi bloqueada.
Os servidores reivindicam alterar o plano de cargos,
carreiras e remuneração elaborado, pela própria ADUERN e aprovado pela
categoria em assembleia.
Ano passado a Uern
conquistou a autonomia financeira e com isso passou a receber um duodécimo para
manter folha de pagamento, custeio e investimento.
O Conselho
Universitário dos Estudantes se pronunciou sobre o assunto, por meio de uma
nota.
Veja:
NOTA À COMUNIDADE ACADÊMICA
Representação
do CONSUNI-UERN, 30 de novembro de 2022.
Hoje,
quarta-feira, 30 de novembro, fomos surpreendidos com o bloqueio da entrada do
Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em virtude de um
movimento da ADUERN, que reivindica aumento salarial da ordem de 80%,
escalonado anualmente, demandando o reajuste de 15% na remuneração dos
professores já para o ano de 2023.
Primeiramente,
é importante frisar que nós somos a favor da valorização salarial e das
condições de trabalho dos servidores da UERN, sendo professores ou técnicos. É
uma luta histórica, que merece o nosso apoio.
Entretanto,
não podemos deixar de manifestar toda a nossa preocupação diante de um cenário
de paralisação que prejudica vários alunos, sobretudo os que vêm de outras
cidades e são impedidos de ingressar a universidade, até mesmo para se
alimentar no Restaurante Popular.
Da mesma
forma ressaltamos a preocupação diante dos prejuízos acadêmicos, sociais e
pessoais para todos os estudantes e suas famílias, diante de uma possibilidade
de greve que já é ventilada pelos corredores da universidade e provoca temor e
ansiedade pela comunidade discente.
Importante
frisarmos que a luta, apesar de justa, precisa respeitar o direito dos demais
sujeitos da instituição, sobretudo aqueles e aquelas que eventualmente não
queiram apoiá-la.
A UERN
conquistou nos últimos anos vários benefícios para seus professores, como por
exemplo a autonomia financeira e o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, que
prevê a valorização da categoria, com reajuste que, se não é o ideal, foi
proposto por sua entidade representativa e aprovado em assembleia geral da
categoria.
Pedimos que
o diálogo prevaleça, e seja no sentido de proporcionar a valorização dos
professores nos parâmetros suportados pelo orçamento da universidade, pois, se
a fonte dos recursos é a mesma, fica óbvio que alguma outra ação sofrerá com a
redução no orçamento para cobrir o aumento salarial.
Por isso,
nós, representantes estudantis do Conselho Universitário, manifestamos por meio
desta nota nossa preocupação com o quadro atual, e reivindicamos sensatez por
parte da ADUERN e da administração da UERN para chegar a um entendimento
sustentável do ponto de vista orçamentário e acadêmico, de forma a não causar
mais prejuízos para nós, estudantes.
Atenciosamente,
Samara Lopes;
Anderson Emanoel;
Danilo Queiroz;
Laura Lany;
Representantes discentes do Consuni-UERN.
Mossoró, 30 de novembro de 2022.
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