"A vida é Loka": Juíza inicia sentença sobre tráfico de drogas com poema

Uma juíza de Porto Alegre (RS) deixou de lado a formalidade dos textos jurídicos e usou poesia para explicar o caso de um adolescente acusado de tráfico de drogas. 

A magistrada Karla Avelino de Oliveira, da 4ª Vara da Infância e Juventude do estado, considerou que o jovem estava em situação de trabalho infantil e começou a sentença com um poema que retrata a realidade de crianças e adolescentes em ambientes dominados por organizações criminosas. 

O poema foi reproduzido logo na primeira página da decisão de 22 laudas.


Intitulado Vida Loka (leia o poema abaixo), de Sergio Vaz, é um texto que aponta a realidade violenta de crianças e adolescentes nas periferias do Brasil. Em um trecho, o autor faz o uso metafórico da palavra "arma" para salientar que, por meio das armas da cultura e educação, o sujeito ganha poder e conhecimento para mudar seu destino. 


No caso em questão, o Ministério Público ofereceu representação contra o adolescente pela prática de tráfico de drogas e se manifestou contra decisões judiciais que afastariam a responsabilização socioeducativa, "ainda que entenda que se deva combater toda e qualquer forma de trabalho infantil". 


A magistrada, no entanto, não atendeu ao pedido do MP. Ao julgar o pedido improcedente, a juíza fez uma extensa dissertação sobre a situação dos adolescentes na cadeia do tráfico de drogas. 




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