Dados sigilosos da CPI da Covid revelados pelo jornal Folha de S. Paulo mostram que a farmacêutica Vitamedic financiou a publicação de anúncios da Associação Médicos pelo Brasil a favor do chamado tratamento precoce contra a Covid-19 em fevereiro deste ano. Os anúncios foram divulgados nos principais jornais do país, como a própria Folha, e tinham como autor apenas o grupo Médicos pela Vida.
Entre os medicamentos defendidos na peça, estavam a cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D, remédios sem comprovação científica de eficácia no combate à doença.
A farmacêutica que bancou os custos dos anúncios, no entanto, é uma das principais produtoras de ivermectina do país, fazendo com que o financiamento possa configurar conflito de interesses, segundo o Código de Ética Médica.
Já o Médicos pela Vida mantém a defesa ao tratamento precoce no site da associação e, segundo a Folha, alguns de seus integrantes compõem o chamado 'gabinete paralelo'.
BUFUNFA
À CPI, a Vitamedic informou que as vendas da ivermectina cresceram 1.230%, passando de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020. Além disso, estima-se que a empresa tenha arrecadado R$ 734 milhões só com esse medicamento nesse período.
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