ENTREVISTA com o jornalista Léo Figueiredo: “A leitura nos ensina a interpretar a realidade”

Leonardo da Vinci Figueiredo da Cunha concluiu recentemente o curso de Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É professor, redator e escritor com três livros publicados e já prepara outras obras literárias que em breve sairão do forno. Atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação na Prefeitura de Carnaubais.

Nosso blog bateu um papo com este excelente profissional e para conhecê-lo melhor iniciamos nossa conversa indo direto ao assunto... 

Conta um pouco pra gente como foi a sua trajetória, porque escolheu o jornalismo? 


Eu sou formado em Letras, tenho uma especialização na área e por algum tempo fui professor de Língua Portuguesa. Também sou escritor e teólogo. Tenho três livros publicados, um em fase de publicação e o quinto em etapa de produção. Meu primeiro vestibular (na época não era ENEM) foi para Jornalismo, com segunda opção para Letras. Acabei fazendo o caminho inverso e não me arrependo. Entrei em Jornalismo com uma boa base gramatical. Creio que sempre fui atraído por histórias. E um jornalista, no fundo, nada mais é que um contador de histórias.  


Quais os desafios dos profissionais do setor nesse tempo onde a informações chegam cada vez mais rápidas? 


O jornalismo atual carrega o fardo do imediatismo. Imagino que o avanço da tecnologia e as redes sociais contribuíram para esse fenômeno. A velocidade da publicação, em determinadas situações, será mais importante que o conteúdo, o que abre uma brecha enorme para matérias de qualidade baixa e duvidosa. Aquele que consegue o "furo da reportagem" está à frente na competição, mas isso não é sinônimo de uma escrita consistente ou coerente. Com as redações jornalísticas ficando cada vez mais enxutas, o jornalista - que antigamente apurava as informações, entrevistava e executava a produção da notícia - agora tem que se enveredar e se capacitar em outras funções, como fotógrafo, revisor, design, cinegrafista, editor de vídeo, etc. Múltiplas tarefas para um único profissional, por vezes sendo mal remunerado.  


Como vê o mercado de comunicação no interior? 


Às vezes, vejo e sinto o mercado de comunicação no interior preso a amarras. Primeiro porque o assunto mais comum é política, enquanto o jornalismo é constituído por vários gêneros. Segundo porque me parece que existem verdades que não podem ser reveladas; é como se a reputação de algumas pessoas fosse mais valiosa que a veracidade. No entanto, isso não pode deter um jornalista. Alguém precisa se levantar para quebrar esse sistema. Eu iria dormir tranquilamente no final da noite sabendo que uma matéria escrita por mim colaborou com a prisão de um estuprador ou um político corrupto. As pessoas merecem a verdade. A verdade é a recompensa do povo. Vidas são salvas, destinos são modificados, histórias são reescritas. Além de qualquer outra coisa, eu sou cristão e meus princípios são inegociáveis. Eu observo e sei de muita coisa errada que acontece em Carnaubais. Se as informações forem relevantes para a cidade toda e eu tiver provas em minhas mãos, não posso me calar. Seria uma desonra para a minha profissão e uma ofensa à inteligência da população. Minha amiga de curso e conterrânea nossa, Maria Luiza Guimarães, está se formando em breve também. Quem sabe, no futuro, nós dois escrevamos um livro-reportagem sobre os maiores “podres” de Carnaubais. Não iremos ganhar nada com isso, mas será um documento histórico para as futuras gerações carnaubaenses.  

 



Como escritor, como é traduzir para o leitor o mundo em constante transformação? Qual seu estilo literário? 


A leitura é uma forma de aprender a interpretar a realidade. A leitura ensina, entretém, orienta. Meu estilo é mais voltado para a ficção e suspense. Creio que a minha responsabilidade está em oferecer uma boa experiência para os leitores; que seja um bom passatempo, mas que ao mesmo tempo passe lições que provoquem reflexões para a vida.  


Você acha que os jovens leem pouco? Qual a importância dos livros nesse tempo frenético das chamadas redes sociais? 


Eu leio em média 10 livros por ano. 2020, por ter sido um ano bastante atípico, me proporcionou ler 14 livros. Isso é mais que o quíntuplo do que um brasileiro comum lê – segundo estatísticas. Eu venho de uma época em que o acesso a internet era muito limitado, portanto havia um vasto tempo para ler. A juventude atual cresceu com os olhos fixos em telas e cada vez mais as redes sociais se renovam com dispositivos que prendem nossa atenção. Se o contato mais próximo que o jovem tem com textos é nas redes sociais, não tenho dúvidas que ele terá dificuldades quando se deparar com um livro de 200, 300 ou 500 páginas. A leitura é uma semente que tem que ser plantada desde cedo. Tem que haver a consciência de separar um tempo para a leitura e um tempo para a tecnologia. Sei que existe E-book e Kindle, porém ainda penso que sejam opções para leitores mais maduros.  


Por fim, como marqueteiro, qual sua avaliação do trabalho da atual gestão municipal nesses primeiros meses? 


Eu vejo uma disposição em querer transformar Carnaubais, trazer mais progresso e esperança ao povo. Não basta ter boas intenções, é preciso que haja ações práticas. E sinto que algumas ações realizadas já foram suficientes para trazer melhorias e avanço ao município. Meu desejo é que permaneça assim e melhore ainda mais!

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