A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou
nesta semana a identificação no Brasil de uma linhagem do vírus zika que
até então não havia circulado no país. A descoberta acende o alerta para a
presença de mais uma variedade do microrganismo, diferente da que causou a
emergência em saúde registrada em 2015.
Até 2018, o vírus em circulação no país tinha
origem asiática. Agora, os pesquisadores identificaram uma cepa que veio do
continente africano nas regiões Sul e Sudeste.
A transmissão é feita pelo
mosquito Aedes albopictus, que se propaga de maneira semelhante ao Aedes
aegypt, responsável pela transmissão da dengue.
Uma das autoras da descoberta, Larissa
Catharina Costa, que atua no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para
Saúde (Cidacs), da Fiocruz, afirma que os efeitos do novo vírus no corpo humano
ainda estão em estudo, no entanto, os cuidados precisam ser mantidos.
“Ele acabou de chegar ao Brasil. Nos percebemos a presença dele em 2019 e
a gente não sabe o quão grave ele vai ser e os acometimentos que ele pode
trazer.”
Transmissão
A estudiosa lista as formas de transmissão,
que são muito parecidas com as identificadas nos casos da dengue, do zika
asiático e da chikungunya. “A transmissão acontece por meio da picada do Aedes
aegypt ou do primo dele – onde foi isolada uma das nossas amostras –
o Aedes albopictus.
- "Há também a transmissão por meio da
relação sexual e, além disso e da mãe para o feto, que normalmente ocorre nos
primeiros três meses de gestação. Essa é a que impacta mais, por conta da
ocorrência da microcefalia ou de outros acometimentos neurológicos",
acrescenta.
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