Manter distância social e usar máscara, bem
como lavar com frequência as mãos, são as ferramentas mais poderosas que temos
agora para conter a disseminação do coronavírus.
Parece simples, mas, na prática, não é.
Algumas pessoas relatam que ficam sem fôlego todas as vezes que colocam a máscara.
“É possível ter uma sensação de asfixia, mas
isso nunca ocorrerá com uma das máscaras recomendadas para o uso na rua. Na
verdade, acho que somos todos bem responsáveis quanto a isso, não somos tão
crianças a ponto de nos sentirmos sufocados com algo que sabemos que não pode
causar isso. É questão de querer”, diz a médica Raquel Blasco, clínica geral e
vice-presidenta da Ordem dos Médicos de Valladolid.
O problema é que essa “sensação” é muito
real. Tanto que o instinto de sobrevivência pede aos gritos que ela seja
retirada a todo custo. “Depois que a máscara é colocada, não deve ser tocada, para que continue cumprindo sua função.
Se, por exemplo, você está no ônibus e se sente sufocado, seja paciente, tente
se comportar como uma pessoa responsável e não a tire. Eu insisto: você nunca
vai ficar asfixiado por usá-la. E, caso você a retire, faça isso sempre
seguindo as medidas de segurança apropriadas e sem apalpá-la. Se for um modelo
de múltiplo uso, guarde-a em um recipiente hermético e impermeável. Melhor um
saco plástico do que um de papel.”
O distanciamento
social e o silêncio que essa “nova normalidade” impõem, por
exemplo, no transporte
público, podem ser intimidatórios. Todos olham uns para os outros,
examinando quem poderia estar infectado. Ou que tenha transmitido. A ansiedade ou,
simplesmente, os nervos, podem desencadear um ataque nervoso muito inoportuno,
e assim a máscara se torna de novo um obstáculo. Então, você é tomado pela
dúvida: tem que tossir com a máscara? “Nesse caso, você tampouco deveria retirá-la,
pois isso significaria que que espalharia suas gotículas de Flügge, expondo ao
contágio as demais pessoas ao seu redor, caso você tenha o vírus. Não seria uma
reação muito sensata.”
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