BLOG DO CÉSAR SANTOS
A governadora Fátima Bezerra (PT) decidiu
não fazer a leitura da mensagem anual na Assembleia Legislativa, que estava
marcada para esta segunda-feira (3). Foi a forma encontrada pelo núcleo
político do governo para evitar o confronto com os servidores públicos, que
estão revoltados com a proposta da reforma da Previdência estadual.
Além disso, o Governo do Estado determinou
reforço policial para “proteger” a Assembleia Legislativa, que amanheceu o dia
tomado de policiais militares e de uma “cerca” de isolamento para impedir a
entrada de manifestantes.
A cena lembra janeiro de 2018, quando as
entidades sindicais chegaram à Assembleia Legislativa para protestar contra a
mensagem do então governador Robinson Faria (PSD), que aumentava de 11% para
14% a alíquota da previdência estadual. Naquele momento, como senadora de
oposição, Fátima Bezerra foi solidário aos servidores que foram impedidos de
ter ao Palácio José Augusto.
Hoje, as entidades sindicais criticam
Fátima por repetir a atitude de Robinson contra o movimento dos servidores.
A estratégia da governadora revela um lado
que Fátima Bezerra ainda não havia exposto: o de criminalizar o movimento
sindical. No momento em que ela cancela o compromisso oficial na Assembleia
Legislativa e autoriza a polícia a fazer barreira para impedir o livre trânsito
dos servidores, coloca-se contra a história de sindicalista e defensores dos
trabalhadores, e mostra que está decidida a enfrentar os ex-companheiros.
Além disso, a “fuga” da governadora deu
discurso à oposição, que está batendo duro.
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