"Não existem mais regras na
região", ressalta o missionário italiano Carlo Zacquini, ativista
ouvido pela reportagem.
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O jornal francês Le Monde traz uma longa reportagem informando que no Brasil os índios Yanomamis são ameaçados pelos garimpos. Segundo a correspondente Claire Gatinois, encorajados pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, milhares de garimpeiros clandestinos têm invadido as terras indígenas.
De acordo com a reportagem, esses grupos
carregam, também, epidemias mortais, brigas e prostituição que colocam em risco
a vida nas aldeias. Seriam entre sete e dez mil garimpeiros, segundo
estimativas da fundação Nacional do Índio, a Funai, e não menos do que 20 mil,
de acordo com o cacique Yanomami Davi Kopenawa.
"Eles vêm de avião, de barco e mesmo
a pé. Nos ameaçam com armas, poluem nossos rios com mercúrio, trazem malária e
pneumonia", diz Dario Kopenawa, vice-presidente da Associação Yanomami.
Entrevistado pela reportagem do Le Monde, o lider indígena denuncia, ainda, que
o governo brasileiro não os protege e quer autorizar a mineração em seus
territórios.
O texto da reportagem diz que as
atividades desse garimpos seriam financiadas por empresas obscuras e mesmo por
políticos. E que a atividade cresceu a partir de setembro de 2018, a ponto de
as exportações de ouro, a partir de Roraima, terem chegado a 194 quilos no
período. O Estado localizado ao norte do país, na fronteira com a Guiana, não
tem, no entanto, nenhuma jazida legal em exploração recenseada pelo governo.
O impacto socioambiental dessas atividades
é enorme, de acordo com Guilherme Augusto Gomes Martins, membro da Funai ouvido
pelo Le Monde.
O jornal lembra que esse fenômeno não é
novo. Desde os anos 1980, importantes riquezas minerais em terras indígenas
estimularam uma verdadeira corrida do ouro, conduzindo a um massacre por
homicídios ou doenças em aproximadamente 30% dos Yanomamis.
A situação agora está fora de controle!
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