Há seis meses a Polícia Federal caça,
ainda sem sucesso, os integrantes de um grupo terrorista que já
praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu
objetivo mais audacioso matar o presidente da República.
Nas duas últimas semanas, VEJA entrevistou
um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que se apresenta como
braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), uma
organização internacional que se diz ecoextremista e é investigada por promover
ataques a políticos e empresários em vários países.
O terrorista identifica-se como “Anhangá”.
Por orientação do grupo, o contato foi feito pela deep web, uma espécie de
área clandestina da internet que, irrastreável, é utilizada como meio de
comunicação por criminosos de várias modalidades.
Anhangá garante que o plano para matar
Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente
foi eleito. Era para ter sido executado no dia da posse, mas o forte esquema de
segurança montado pela polícia e pelo Exército acabou fazendo com que o grupo
adiasse a ação.
O máximo que Anhangá (que quer dizer
espírito que protege os animais, em tupi-guarani) revela sobre si é que é do
sexo masculino, tem entre 20 e 30 anos, está em Brasília e é um radical
defensor da natureza.
FACADA
Em 1º setembro do ano passado, ninguém deu atenção a uma mensagem no Facebook que trazia uma ameaça ao então deputado Jair Bolsonaro.
O autor escreveu que testaria “a valentia” do então candidato do PSL à Presidência da República quando os dois se encontrassem e que ele “merecia” levar um tiro na cabeça.
Ninguém deu atenção à postagem porque ameaças assim quase sempre não passam de bravatas. Ninguém deu atenção porque o autor, um garçom desempregado, também costumava publicar em sua página na rede social textos desconexos e teorias conspiratórias absolutamente sem sentido.
Parecia coisa de maluco. Cinco dias depois, no entanto, Adélio Bispo de Oliveira, o autor da mensagem, esfaqueou Bolsonaro em uma passeata em Juiz de Fora (MG). O agressor de fato era um desequilibrado mental, mas o atentado ensinou que ameaças não devem ser subestimadas, por mais improváveis que pareçam.
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