Os vínculos de emprego são cada vez mais
raros e, no futuro, a aposentadoria como conhecemos vai acabar, afirma o
professor da USP e pesquisador da Fipe Hélio Zylberstajn.
Para substituir um sistema hoje dependente
de contribuições sobre a folha de salário, ele defendendo uma aposentadoria de
três pernas: renda universal para idosos, Previdência no modelo atual e sistema
de capitalização (no qual quem ganha acima de um teto tem uma conta
individual).
A proposta da Fipe, coordenada por
Zylberstajn, é apoiada por entidades do mercado de planos de previdência — Fenaprevi,
Abrapp, CNseg e ICSS. “É um avanço enorme, um setor empresarial que não tem
receio de dizer que gostaria que essa reforma fosse feita. É boa para eles? É.
Mas é boa para o país.”
No modelo sugerido, o setor privado
administraria as contas individuais. Para impedir que má gestão pulverize a
poupança do trabalhador, planos que não entreguem bom rendimento seriam
dissolvidos, e as contas seriam transferidas para os mais rentáveis.
-- “É a melhor forma de garantir que os
recursos vão ser alocados da melhor maneira. Se deixar com o Estado, aí, sim,
pode haver problemas de governança”, afirma ele.
O
economista afirma que o ideal seria votar primeiro a reforma do setor público.
“Assim ficariam no palco, com a iluminação ligada, e teriam que explicar por
que defendem seus privilégios.” Mas também vê riscos na estratégia de
fatiamento da reforma.
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