O
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (21) o
fechamento da fronteira com o Brasil e a realização de um “grande
show” de música na área que faz divisa com a Colômbia. Ele avalia também o
fechamento da fronteira colombiana, na qual está a cidade Cúcuta, que
centraliza os repasses de doações para os venezuelanos.
"A
partir das 20h de hoje [quinta-feira, em horário de Caracas] a fronteira
terrestre com o Brasil será fechada", anunciou Maduro durante reunião com
o Estado Maior das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) por
videoconferência do Comando Estratégico Operacional de Caracas.
"Decidi
que [o espaço] está totalmente fechado, até novo aviso sobre a fronteira terrestre
com o Brasil, melhor prevenir do que remediar", acrescentou Maduro.
"Quero que seja uma fronteira dinâmica e aberta com a Colômbia, mas sem
provocações."
Maduro
disse que responsabilizará o presidente da Colômbia, Iván Duque, sobre qualquer
problema que houver na região fronteiriça com a Venezuela. "A Venezuela
está passando por uma grande provocação, por isso estamos atualizando o
conceito para reagir. O governo que presido está na vanguarda da proteção das
pessoas", disse.
Maduro
fez o anúncio durante visita ao maior quartel do exército em Fuerte Tiuna.
Também participou de uma videoconferência transmitida por emissoras de
televisão e postada no seu perfil no Twitter. “Vamos ao combate pela pátria”,
apelou. “Nosso destino é a vitória sempre. Chávez vive”, disse.
Desestabilização
Para
Maduro, há uma campanha para desestabilizar seu governo. Ele usou várias
expressões críticas aos que lideram o esquema para angariar ajuda humanitária.
Segundo ele, há um “espetáculo mundial”, utilizando as necessidades da
Venezuela para chamar a atenção.
Maduro
afirmou que espera que “triunfe” a paz e a vitória sobre o que chamou de
“guerra psicológica”. De acordo com ele, a cada provocação, haverá uma resposta
por parte da Venezuela.
Há
informações não confirmadas oficialmente que foram enviados militares para cidade
de Santa Helena de Uairén, na fronteira com o Brasil.
EUA
O
vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viaja para a Colômbia na
próxima segunda-feira (25) para negociar com o presidente colombiano a ajuda
humanitária para a Venezuela. O vice-presidente pretende defender a saída
imedidata de Maduro do poder. Ele também se encontrará com famílias de
refugiados venezuelanos.
“A
luta na Venezuela é entre ditadura e democracia e liberdade”, disse a
secretária de imprensa da Vice-Presidência, Alyssa Farah. “Juan Guaidó é o
único líder legítimo da Venezuela. É o momento de Nicolás Maduro sair.”
Farah
reiterou que os Estados Unidos além de apoiar a gestão Guaidó, atuam no
fornecimento de ajuda humanitária e no apoio à sociedade venezuelana. “[Os
Estados Unidos trabalham] ao lado do povo da Venezuela até que a democracia e a
liberdade sejam totalmente restauradas. ”
Data
A
Casa Branca informou, por meio de comunicado, que Pence reforçará o apoio ao
governo interino de Juan Guaidó, que se autoproclamou “presidente encarregado”
no último dia 23. De acordo com a Casa Branca, Pence ressaltará a necessidade
de restabelecer a democracia e combater a ditadura na Venezuela.
No
encontro, o vice-presidente vai abodar a crise humanitária e de segurança na
Venezuela e os esforços para ajudar a população. Segundo a Casa Branca, o
objetivo é definir medidas concretas que apoiem a população e a transição para
a democracia.
É
a quinta viagem de Pece para a América Latina como vice-presidente. Em suas
viagens anteriores, ele também se reuniu com venezuelanos que fugiram de seu
país.
*Com
informações da VTV, emissora pública de televisão da Venezuela.
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