Cerco a Temer


Em menos de dois anos de governo, o presidente Michel Temer (MDB) já teve o cargo ameaçado em três ocasiões.

A primeira foi quando o TSE examinou o processo que pedia a cassação da chapa vitoriosa em 2014, por abuso de poder econômico.

Sobravam evidências de que a campanha de Dilma Rousseff (PT) e Temer havia recebido dinheiro da máquina de corrupção montada na Petrobras. Mas o TSE decidiu, por 4 votos a 3, manter o presidente na cadeira. Depois foram duas denúncias criminais apresentadas pela Procuradoria-geral da República, baseadas na famosa gravação da conversa com Joesley Batista, da JBS.

Nas duas vezes, os aliados do governo na Câmara dos Deputados conseguiram barrar o avanço das investigações.

Agora, quando Temer já falava até em disputar a reeleição, vem uma nova bomba.

A Operação Skala, da Polícia Federal, prendeu na quinta-feira (29) dois amigos do presidente (o advogado José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho), entre outras pessoas.

O objetivo é investigar se houve pagamento de propina para a edição de um decreto presidencial, no ano passado, que beneficiava empresas do setor portuário.

Nada está provado, é bom lembrar. Mas no mínimo a operação cria um baita embaraço político para Temer. Já se fala até que outra denúncia pode estar a caminho.

Há pelo menos um lado bom nessa história: a PF e a Procuradoria, mesmo sob novo comando, mostram que continuam ativas na apuração de possíveis malfeitos.

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