Por
um daqueles acasos que a história não repetirá, o dia em que o Nobel da
Literatura distinguiu Bob Dylan foi o mesmo em que morreu Dario Fo, que em 1997
recebera este mesmo prêmio por entre exclamações de espanto.
O
próprio Dario se declarou “chocado” com a sua escolha pela academia, já que a
literatura era só uma das suas disciplinas.
E
Dylan? O que há na sua obra que possa ser catalogado como literatura? Aliás, o
que é na verdade a literatura? A academia sueca parece, por algumas das suas
escolhas, pouco preocupada em seguir um cânone rígido.
E
será tão divertido quanto desconcertante ver, a ilustrar os anúncios do Nobel
da Literatura, um homem de guitarra eléctrica e a cantar.
Por
ironia, aos 19 anos, Dylan escreveu num poema pueril: “Nunca chegarei aos vinte
e um...”. Só que chegou aos 75. E ganhou um Nobel.
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