Denúncia investigada pelo MPE pode resultar na cassação da candidatura de Henrique Alves


O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, fez questão de deixar claro, por diversas vezes, que o evento do PMDB na última sexta-feira não era o lançamento da candidatura dele ao Governo do Estado.

O problema é que todo o resto ali, no hotel Praiamar, em Natal, parecia ir de encontro aquilo. Tanto que o Ministério Público Eleitoral (MPE) recebeu uma denúncia e já abriu um procedimento para apurar o evento, se nele houve lançamento de candidatura fora do prazo legal e, consequentemente, propaganda eleitoral antecipada.

O caso pode resultar em multa para a coligação e, até mesmo, cassação de registro de candidatura.

Não era para menos. Foram vários os discursos que enalteceram o nome de Henrique, da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, e do deputado federal João Maia. O próprio Henrique, depois de dizer que não era o lançamento de uma candidatura, chamou Wilma de “minha senadora” e depois disse que aquele era o momento mais importante da vida pública dele.

Mais importante por quê? Pelos elogios recebidos? Ora, desde que assumiu a presidência da Câmara Federal o parlamentar potiguar vem recebendo, sistematicamente, palavras elogiosas. Por isso, para muitos, ficou claro que era o momento mais importante porque ele começaria, ali, a corrida pela cadeira de governador do Estado, portanto, representando uma propaganda antecipada.

A vice-prefeita de Natal, cotada para ser pré-candidata ao Senado, afirmou que ainda estava “discutindo com o partido” se iria mesmo para a eleição disputar por esse cargo. Contudo, depois, durante o discurso, deixou claro: “Eu também poderia pensar de outra forma (ser candidato ao Executivo), mas eu estou querendo a paz, somar forças em prol do Rio Grande do Norte”.

É importante ressaltar que a própria fórmula do evento deixou margem para que se questionasse se era o lançamento de uma candidatura. Afinal, foram convidados todos os peemedebistas e pessebistas, assim como se faz numa convenção (permitida apenas para julho). Tanto que o auditório do hotel Praiamar estava com mais de duas mil pessoas (e centenas ainda ficaram do lado de fora).

INVESTIGAÇÃO


A apuração sobre o evento ficará a cargo do procurador eleitoral Fábio Venzon. O procedimento foi distribuído no final da manhã de hoje, após o procurador-regional eleitoral, Gilberto Barroso, receber uma representação formulada por um “popular” e solicitar a instauração do procedimento. É importante lembrar que são várias as punições previstas nesse caso, indo desde multa, até proibição do registro de candidatura, em caso de reincidência. - JH

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