Em
entrevista à Tribuna do Norte, o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do
Norte (Codern), Pedro Terceiro de Melo, fala, entre outros assuntos, sobre o possível escoamento de minérios
através de Porto do Mangue.
A
construção de um porto, no município de Porto do Mangue (projeto que o governo
apresentou recentemente), para o escoamento de minérios, inibe a expansão do
Porto de Natal?
“Eu não vejo assim porque a vocação do Porto de Natal não contempla a
exportação de minério. Não é que o porto não possa exportar minério. Pode, mas
em volumes menores. Primeiro por uma questão de localização, já que os
volumes de minérios são muito grandes. Imagine entrar 50 a 100 carretas aqui em
Natal trazendo minérios? Isso se realmente for comprovado esse volume de
minérios que dizem que o estado tem. Eu não sou conhecedor. Mas, se tiver, acho
que é preciso mesmo de um novo porto. Até porque o minério não é uma mercadoria
que casa com as demais. O pessoal da fruticultura já tem dificuldades hoje de
levar frutas para Pecém devido a exportação de minério”.
Em tempo
Hoje todo o minério produzido pelo Rio Grande do Norte é escoado por portos como o de Pecém, no Ceará, e o de Suape, em Pernambuco. Além de provocar uma perda de receita no estado, que deixa de ganhar com a movimentação no porto e com a contratação de frete, as dificuldades envolvendo a logística também penalizam os mineradores, que em alguns casos, são obrigados a gastar até R$ 2 milhões por mês para escoar a produção pelos estados vizinhos.
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