Há mais de um século sob controle das 'oligarquias', Dnocs pouco ajudou nas grandes secas do Nordeste

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas tem uma longa história. Criado em 1909, a autarquia se transformou na maior construtora pública do mundo.

Porém, as obras realizadas pouco efeito tiveram nas grandes secas, como as de 1915, 1919, 1932, 1942, 1951-1953, 1958, 1970 e 1979-1983.

Durante mais de um século de existência, foi mantida sob controle absoluto das oligarquias mantidas pela "industriai da seca", expressão popularizada por Joaquim Nabuco nos anos 1880.

O Dnocs ficou notabilizado pela construção de grandes obras, entre elas, a barragem Armando Ribeiro, único reservatório ao longo do Piranhas/Assú que ainda serve a agricultura irrigada.

Outros que envolveram vultosos recursos federais, ficaram abandonados, sem canais para irrigar a terras, salinizados e sem qualquer uso efetivamente econômico.

Foram obras e mais obras, bilhões e bilhões em estradas, ferrovias, açudes, portos e milhares de poços profundos, a maior parte em fazendas particulares. 

A idéia surgiu num momento da história brasileira em que o Nordeste passou a ser considerado uma região problema.

Sem condições de gerar suas próprias fontes de renda, passou a depender da mão partenalista do governo central.

Porém, serviu como uma luva para os interesses políticos coronelistas, principalmente quando seca e eleição coincidiam, como em 1958, 1970 ou 1982.

Até mesmo as verbas emergenciais foram usadas para incrementar a economia das oligarquias nordestinas.

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